SATISFEITO MESMO NO DESERTO

9 de Junho de 2024

A minha alma ficará satisfeita como quando tem rico banquete com lábios jubilosos a minha boca te louvará.”
Salmo 63:5

Não há nada como a satisfação que sentimos depois de devorar o jantar de Ação de Graças. Com nossos pratos vazios e nossas barrigas cheias, ficamos prontos para um cochilo no sofá, induzido pelo peso da digestão.

No entanto, embora uma coisa seja o estômago se sentir satisfeito, outra coisa é a alma se sentir satisfeita, especialmente em meio ao estresse e à tensão da vida no mundo real.

Quando Davi proclama que sua alma está “satisfeita” no Salmo 63, ele não está no palácio ou no templo em um culto de adoração. Ele está no deserto. O calor insuportável o deixou faminto e sedento (Salmo 63:1). Ele está isolado, ansioso e enfrentando um futuro incerto.

Davi não escolheu esse ambiente inóspito. Poucos de nós o fariam. O deserto foi imposto a ele. Seu filho, Absalão havia se revoltado contra ele e estava tentando tomar o seu trono (2 Samuel 15-18). Assim, Davi fugiu para o deserto para salvar sua vida. Ele não tinha para onde ir.

No entanto, nesse deserto árido… nessa situação muito desafiadora, a alma de Davi está totalmente “satisfeita como com o mais rico banquete“.  A palavra hebraica significa “contente, cheio, provido em abundância”.

Em condições tão adversas, como a alma de Davi está tão cheia quanto um estômago em uma tarde de Ação de Graças?

Resposta: Ele “busca sinceramente” a Deus (Salmo 63:1). Veja bem, a satisfação de Davi em Deus não “aconteceu” simplesmente.  Sua satisfação veio como resultado de sua busca. A alma de Davi se deleita com o Pai, cujo “amor é melhor do que a vida” (Salmo 63:3). Ele se lembra dos momentos no “santuário” em que experimentou o “poder e a glória” de Deus (Salmo 63:2). Embora esteja longe desses momentos agora, Davi sabe que Deus ainda está com ele, mesmo no deserto.

Mas aqui está a chave.

No deserto, Davi não tem outras opções. Ele está no meio de uma “terra árida e exausta, onde não há água” (Salmo 63:1). Tudo o que ele normalmente usava para saciar sua sede, literal e figurativamente, foi retirado. É apenas ele e Deus sozinhos em uma caverna no deserto.

E esse, meus amigos, é um belo lugar para se estar.

Não há como eu saber o motivo pelo qual Deus pode ter permitido que você passasse por um “deserto” em sua vida, mas talvez um dos motivos seja para que você seja forçado a depender somente Dele. Se permitirmos, o “deserto” pode aprofundar nossa dependência de Jesus como nada mais.

Eis o motivo:

Muitos de nós, inclusive eu, vivemos nossas vidas olhando para o mundo para satisfazer nossas almas. Pensamos: “Se ao menos eu tivesse _____, então me sentiria satisfeito. Se ao menos minhas circunstâncias mudassem, eu me sentiria satisfeito”.

Mas no deserto, não podemos buscar satisfação em outras pessoas, lugares ou coisas. Elas são inacessíveis, não podem ser encontrados em lugar algum. Ficamos cara a cara com a realidade de que somente Jesus é o “Pão da Vida” que satisfaz a alma humana (João 6:35).

Corrie Ten Boom, uma sobrevivente do Holocausto, disse certa vez: “Você nunca saberá que Jesus é tudo o que você precisa até que Jesus seja tudo o que você tem”.

A verdade é que nossas circunstâncias podem não melhorar da noite para o dia (ou nunca). Talvez nunca consigamos a casa, o emprego ou o relacionamento que achamos que vai nos satisfazer.

É muito provável que acordemos amanhã e ainda estejamos presos no mesmo “deserto”.

Mas não tem problema.

Temos Jesus, e Ele é suficiente.

E, como Davi, podemos aprender a louvá-Lo com “lábios jubilosos” (Salmo 63:5), transformando nosso deserto em um lugar de adoração.