“Se podes?”, disse Jesus. “Tudo é possível àquele que crê.”
Marcos 9:21-23
A dor de cada pessoa é diferente.
É diferente não apenas porque cada circunstância é única, mas também por causa da forma como a vivenciamos. Cada um de nós traz sua própria perspectiva única para a vida, e essa perspectiva se baseia em uma variedade de circunstâncias, experiências e influências. Portanto, quando nos deparamos com uma temporada de dificuldades, ela sempre será pelo menos um pouco diferente da experiência de outra pessoa.
Mesmo assim, parece-me que ainda há duas perguntas muito amplas, mas fundamentais, que todos nós temos quando sofremos. Como o sofrimento nos força a examinar o que realmente acreditamos sobre o mundo, sobre nós mesmos e, em última análise, sobre Deus, ambas as perguntas são fundamentalmente sobre Ele.
Aqui estão elas:
Deus PODE?
Deus VAI?
Encontramos a colisão dessas duas perguntas em Marcos 9. Lá, encontramos um pai ferido que levou seu filho a Jesus para ser curado. Ele e seu filho haviam sofrido por um longo tempo. Deve ter havido anos de luta, anos de tensão financeira e conjugal, além de anos de ostracismo social por causa das perigosas explosões de seu filho. Mas o pai ainda tinha uma última esperança – ele tinha ouvido que Jesus podia ajudar pessoas como ele. Pessoas como seu filho. Assim, ele levou o jovem a Jesus.
E é aí que encontramos a colisão dessas duas perguntas fundamentais:
Jesus perguntou ao pai do menino: “Há quanto tempo ele está assim?” “Desde a infância”, respondeu ele. “Muitas vezes esse espírito o tem lançado no fogo e na água para matá-lo. Mas, se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. “ ‘Se podes?”, disse Jesus. “Tudo é possível àquele que crê.” (Marcos 9:21-23).
Você percebe a primeira pergunta logo de cara. Esse homem teve muitas decepções. Muitas falsas esperanças. Muitas frustrações. Ele queria acreditar, mas estava em um ponto de desespero tão grande que qualquer fé que ele tivesse estava por um fio. Então, ele fez a primeira pergunta fundamental, e ela tomou a forma de uma pequena palavra:
“SE”.
- Se você puder.
- Se você for capaz.
- Se você tem o poder.
A primeira pergunta é sobre a habilidade. É uma pergunta voltada para o poder de Deus. Deus pode fazer algo para mudar minha situação? No mundo em geral? Ou, nesse caso, para o filho do homem? A resposta à pergunta sobre a capacidade é um sonoro “Sim”.
O Deus que falou e tudo foi criado, o Deus que traz vida da morte, o Deus que mantém todas as coisas juntas, “Sim, Ele pode”. Mas isso ainda deixa a segunda pergunta, que não é de capacidade, mas de vontade. Sim, Deus pode fazer o que Ele quer… mas será que Ele fará?
Essa resposta não é tão clara porque Deus sempre faz o que quer. Mas, muitas vezes, o que Ele quer não é exatamente o que desejamos – pelo menos não no momento. Então, como lidamos com essa segunda pergunta?
Uma das maneiras – e talvez a mais importante – é olhar para a cruz. É lá que vemos a vontade de Deus em ação, e a vontade de Deus era que Ele desse a vida de Seu Filho por nós. Ele está tão comprometido com o nosso bem eterno que se dispôs a fazer com que Jesus morresse em nosso lugar.
A cruz nos garante que Deus nos ama e fará o que é certo – o tempo todo, mesmo que isso não pareça certo para nós agora.
Deus pode? Sim, Ele pode.
Deus fez? Sim, Ele fez.
Deus fará? Sim, Ele fará.
Ele sempre fará o que é bom e correto e, em última análise, o que é para o nosso bem.
Você acredita nisso?